Monday, January 18, 2016

O PSDB e o PT

Eu sou filiado ao PSDB por acreditar na social democracia. Hoje é o dia em que se celebra a memória de Martin Luther King e, claramente,  vejo em sua inesquecível vida o vigor da democracia em favor da sociedade de forma corajosa e perseverante. Vejo a liderança em sua plenitude. King soube preparar seus seguidores para a realização de seus ideais, inebriando-os com a perspectiva de um sonho possível, posteriormente realizado, com o fim da segregação das pessoas de cor negra naquele país. King não queria apenas ganhar, mas perenizar a conquista. Para isso, treinou muito.
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O que vejo nos partidos políticos brasileiros atuais é a sensação de competitividade, de querer ganhar, de vencer. Muitas vezes a qualquer custo. A preocupação de construir ideais, de capacitar pessoas, de empoderar pessoas com o conhecimento cívico, de promover estudos e pesquisas acadêmicas com aplicação no bem estar social, parece ter se submetido à ambição pelo poder, à ostentação com o louros da vitória.  A idéia é jogar para ganhar, mas treino que é bom, nada! Foi desse jeito, no futebol, que perdemos de 7 a 1 para a Alemanha. 

Se o PSDB não entender que precisa construir para vencer, e isso exige sonho, disciplina, determinação e perseverança, será apenas mais uma opção entre tantas. Hoje é o partido mais importante do país em termos nacionais, pelo expressivo volume de votos nas últimas eleições para a presidência da república, mas isso não é mais suficiente. Há uma revolução em curso que tende a promover o fim da esperança em partidos politicos enquanto solução social e econômica,  e erguer o pensamento da crença em pessoas e instituições não governamentais que tenham uma postura e uma mensagem clara, isenta e crível. Como fez Martin Luther King.

O Partido dos Trabalhadores chegou ao seu auge porque treinou muito, fez um projeto de base muito forte em termos de envolvimento social, produziu conhecimento popular e perseverou. Tem um desenrolar tragicômico, pois foi traído pelos seus ícones máximos. Sobre eles jorram por todos os lados suspeitas de corrupção e conduta ilícita. Sabiam que navegar era preciso, mas naufragaram nas ondas da ambiçao pessoal e partidária. Apesar de tudo, não creio que esteja morto. Exatamente pela ausencia, nos demais partidos,  de um projeto politico de mesmo porte em termos de formar pessoas, treinar e competir após tantos anos.    

O PSDB precisa aprender com King. Esse é um bom momento. Valorizar a formação política, capacitar pessoas, desenvolver estudos e politicas sociais, apresentar soluções e perseverar. Muito melhor do que, perto de eleições, ficar definindo candidatos pela sua chance de ganhar uma eleição.    

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