Eu sou filiado ao PSDB por acreditar na social
democracia. Hoje é o dia em que se celebra a memória de Martin Luther King e, claramente,
vejo em sua inesquecível vida o vigor da
democracia em favor da sociedade de forma corajosa e perseverante. Vejo a liderança
em sua plenitude. King soube preparar seus seguidores para a realização de seus
ideais, inebriando-os com a perspectiva de um sonho possível, posteriormente
realizado, com o fim da segregação das pessoas de cor negra naquele país. King
não queria apenas ganhar, mas perenizar a conquista. Para isso, treinou muito.
O que vejo nos partidos políticos brasileiros
atuais é a sensação de competitividade, de querer ganhar, de vencer. Muitas
vezes a qualquer custo. A preocupação de construir ideais, de capacitar
pessoas, de empoderar pessoas com o conhecimento cívico, de promover estudos e
pesquisas acadêmicas com aplicação no bem estar social, parece ter se submetido
à ambição pelo poder, à ostentação com o louros da vitória. A idéia é jogar para ganhar, mas treino que é
bom, nada! Foi desse jeito, no futebol, que perdemos de 7 a 1 para a Alemanha.
Se o PSDB não entender que precisa construir
para vencer, e isso exige sonho, disciplina, determinação e perseverança, será
apenas mais uma opção entre tantas. Hoje é o partido mais importante do país em
termos nacionais, pelo expressivo volume de votos nas últimas eleições para a
presidência da república, mas isso não é mais suficiente. Há uma revolução em
curso que tende a promover o fim da esperança em partidos politicos enquanto
solução social e econômica, e erguer o
pensamento da crença em pessoas e instituições não governamentais que tenham
uma postura e uma mensagem clara, isenta e crível. Como fez Martin Luther King.
O Partido dos Trabalhadores chegou ao seu auge
porque treinou muito, fez um projeto de base muito forte em termos de
envolvimento social, produziu conhecimento popular e perseverou. Tem um
desenrolar tragicômico, pois foi traído pelos seus ícones máximos. Sobre eles
jorram por todos os lados suspeitas de corrupção e conduta ilícita. Sabiam que
navegar era preciso, mas naufragaram nas ondas da ambiçao pessoal e partidária.
Apesar de tudo, não creio que esteja morto. Exatamente pela ausencia, nos
demais partidos, de um projeto politico
de mesmo porte em termos de formar pessoas, treinar e competir após tantos
anos.
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