Thursday, July 04, 2013

Cidade do Conhecimento


A Revolução Industrial multiplicou ganhos empresariais em uma Inglaterra  agrícola. O impacto foi tamanho que até hoje o sinônimo de progresso, para muitos agentes públicos, é a atração de indústrias. A tradicional, surgida com o advento do motor a vapor de Watt. Jornais multiplicam matérias sobre a atração dessas indústrias, capitaneadas por indutores do tal crescimento econômico. Incentivos fiscais seduzem novos e velhos investidores em indústrias físicas, concretas. Em meu entender, são necessárias, mas insuficientes.
 

Proponho a indústria de resultados intangíveis. A indústria do conhecimento. Se aquela época foi a Era do Vapor, agora será a Era da Cérebro. Para isso é necessário criar as Cidades do Conhecimento. Vila Velha pode vir a ser um exemplo. O universo de estudantes no ensino superior ultrapassa 20 mil pessoas. O de professores, mestres e doutores supera a marca de 1000 pessoas. E há uma Universidade em seu município. Pesquisa, ciência, inovação estão próximos. 

Para isso, projetos aderentes e sinérgicos devem ser estimulados. Um Jardim Botânico, por exemplo, com centro de pesquisas avançadas. Um Horto Municipal e um Viveiro de Vegetação de Restinga completariam esse campo de estudos tão importante para a indústria da biodiversidade. Um Planetário, que bem poderia ser conduzido pelo único engenheiro astronauta da NASA do estado e que reside no município. A revitalização do CREFES não só para melhor atendimento, mas para permitir que alunos de mecânica, robótica e fisioterapia desenvolvam novos aparelhos e equipamentos.

Vila Velha pode ser um exemplo de Cidade do Conhecimento com algumas escolas públicas em tempo integral, mas não em sala de aula apenas. Complementarmente, nas ilhas de conhecimento que citei acima. Gerar empregos, renda, patentes e contribuições científicas altamente demandadas pelo mercado e seus investidores. A farmacologia é um bom exemplo. Para tanto, é preciso abandonar a miopia desenvolvimentista de antever o futuro com as lentes da mesmice industrial. A residência oficial do Governo do Estado, na Praia da Costa, por exemplo, seria um ótimo local para um Núcleo de Estudos Oceanográficos. Não só desvendaríamos nosso litoral como qualificaríamos os potenciais investimentos produtivos que do mar, se utilizam. 

Aqui, em Vila Velha, nasceu o Espírito Santo. Bem aventurados sejam aqueles que creiam e invistam nessa minha tese sobre o que é a indústria do conhecimento agora que é adulto.

 

 

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