Eu sou um desses curiosos por cinema.
Assim, quando viajo ao exterior sempre tento encontrar algumas preciosidades
históricas. Foi assim que revi ontem “Roman Holiday”. Um filme de 1953, com
Gregory Peck, o galã da época, e Audrey Hepburn, então em seu primeiro filme
importante. Um filme muito agradável, extremamente bem filmado por Wyler e com
ótimo roteiro de Dalton Trumbo. Aliás seu crédito no filme só foi aparecer anos
mais tarde por que foi vítima do caça as bruxas, os supostos comunistas. Coisas
de um norte-americanismo radical. Peck
foi, como sempre, elegante tanto no filme quanto fora dele.
Fico imaginando quem tinha idade
naquela época, 1953, para vê-los no cinema e passear pela majestosa Roma. Sem
internet, vivendo de cartões-postais, almanaques e enciclopédias para conhecer
o mundo e de revistas mensais para ver seus ídolos. Deve ter sido um enorme
prazer. Até hoje o filme causa impacto reflexivo sobre o ser humano, os valores
que cultua e os princípios que pratica. Bom para paparazzis e jornalistas
completarem sua formação, com a cena da entrega das fotos.
O interessante é que Dalton utiliza
a mágica fórmula de sucesso em um roteiro que pode ser observado em inúmeros
filmes norte-americanos. Há uma situação “normal”, que depois fica “anormal”,
indesejada e então surge alguém – um estranho - que a “corrige”. O final desse
clássico mostra que o “mocinho”, o homem de bem, tem o mesmo fim que tantos
outros nesse padrão de cultura social. Você vai reparar que mesmo os filmes
mais recentes, blockbusters, tendem ter esse roteiro e o mesmo final em relação
ao seu protagonista maior. Ah, e a fotografia, em preto e branco, é
simplesmente sublime. Aula para a geração das máquinas digitais.
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