Os Beatles e a Gestão de Pessoas
O grande desafio dos professores de gestão de pessoas é fazer com que os alunos olhem além dos manuais de administração. Nessa missão, conduzi-los até os limites que a arte e a cultura permitam é conquistar novos espaços de reflexão intelectual. Tais espaços nos permitirão valorizar a iniciativa dos alunos de promover eventos que alarguem horizontes, que ultrapasse limites de conteúdo e forma.
Gestão de pessoas não é uma habilidade que se desenvolva apenas no ambiente de trabalho, mas na vida em si, no fazer parte da humanidade. Não adianta aprender como gerenciar pessoas em um mercado de trabalho, se no cotidiano não vemos sinais dessa habilidade. As mensagens sobre convivências humanas estão muito além dos manuais de aula e dos livros acadêmicos. Há uma dialogicidade intrínseca nos temas cultura e gestão de pessoas.
O diálogo dos Beatles com Gestão de Pessoas entra no campo da subjetividade e rompe doutrinamentos, evita receitas prontas e supera fórmulas artificiais para problemas complexos. Mais além, indica autonomia e inquietude de alunos e professor para a construção do saber livre.
A inspiração veio da leitura do professor Antônio Marcus C. Machado de um livro chamado “Os Beatles e a Filosofia” uma coletânea de Michael e Steven Baur. Desde o início das aulas de gestão de pessoas, o professor logo vislumbrou a possibilidade de usá-lo no sentido de que os alunos aprendessem a ver nas artes e na cultura de uma sociedade os princípios, os valores e as características das pessoas, dos seres humanos.
A partir da leitura de alguns capítulos do livro, escolhidos por eles mesmos, os alunos depois redigiram textos transpondo os artigos e as letras das musicas dos Beatles para o mundo da gestão de pessoas. Mais entusiasmado, o professor decidiu convidá-los a cantar as músicas em sala de aula. Da palavra cantada à palavra escrita, vamos nos encontrar na palavra debatida. Então, por coincidência, todos queríamos comemorar o reconhecimento do curso de Marketing e decidimos fazê-lo cantando.
“Com a coragem dos besouros que pensavam que podiam voar aceitamos”, disse o professor Antonio Marcus, que tocará violão e cantará. Também um ex-aluno, Renan Intra, tocará e cantará assim como dois alunos atuais, Leonardo Campos e Renato Novaes. Muitos outros alunos participarão nos vocais e explicarão os temas. As músicas previstas são: Hey Jude, Imagine, A Hard day’s night, Help e I need you.
Um repertório interessante que nos leva a pensar e refletir sobre novas práticas pedagógicas. O que deve ser uma reflexão da própria Universidade no caminho da transversalidade de gestão, pessoas, cultura e arte.
Cantaremos algumas músicas e explicaremos como elas podem ser interpretadas, em suas mensagens, na gestão de pessoas. Essa é a razão da palestra musicada: dar conta de ampliar o discurso da gestão de pessoas e trata-lo como questão filosófica de humanidades.
Uma indagação que persiste é como sair da sala de aula, romper a quadratura tradicional que ilumina o conhecimento, para deparar-se com um ambiente de pouca luz e muita agitação. Nossa perspectiva é que o ensino exige sensibilidade e a sensibilização pode ser provocada por uma relação mútua, em caráter bilateral, e transitiva, entre professores e alunos, onde uns ocupam os espaços dos outros.
Portanto, o estudo de marketing como gestão de pessoas constitui-se como processo cultural de aproximação à visão panorâmica das relações sociais e humanas, à novas e ousadas experiências de movimentação conceitual, à sensibilização para o uso da música como recurso extraclasse, e às atividades de leitura coletiva e debates tão lúdicos quanto filosóficos.
Antônio Marcus C. Machado e Wallace Millis
são professores do curso de Marketing da UVV
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