Um dos filmes que mais marcaram a história do cinema foi “A Escolha de Sofia”. Inclusive, de todos em uma carreira vitoriosa e inquestionável, o que mais marcou Meryl Streep, atriz que o protagoniza. O drama atinge seu ápice quando em uma plataforma de estação de trem o soldado nazista, por ordem de seu superior hieráquico, exige que ela escolha qual filho sobreviveria e qual iria com ela para um campo de concentração. A cena é antológica. Memorável. A platéia emudece, lágrimas correm no rosto das mães presentes na sala de cinema. O dilema da escolha. A escolha fatal.
A campanha para a prefeitura municipal de Vitória pode levar Paulo Hartung à essa situação. Ao dilema da escolha em que todos perdem, ainda que ganhando. Cheio de candidatos considerados experientes, raposas políticas, as peças do tabuleiro de xadrez político configuram um cenário em que aliados pulverizariam sua atenção e seu prestígio na transferencia de votos. Lelo, Colnago, Luciano, Luiz Paulo, Ricardo e ele próprio caminham para uma solução em que o dilema da estação de trens seria revisitado. A melhor solução seria a mãe ter ido sozinha no trem e assim salvo os dois filhos, mas não há bondade sem exigência explícita ou implítica. Essa alternativa não lhe foi oferecida.
Repetir a dobradinha com Luiz Paulo, já colocado pelo PSDB, não seria algo difícil pois as equipes de trabalho de ambos foram as mesmas praticamente. O mais difícil seria engolir o desagravo de Mariazinha. E a aproximação deles com Max Filho. Lelo e Ricardo são aliados incondicionais. Luciano, nem tanto, creio eu, por suas coligações políticas. Paulo sabe que já está na estação. Mas, como excelente engenheiro político, sabe que o trem passa no horário exato. Só vai fazer sua escolha quando soar o apito da partida. Governar Vitória sem o Fundap, caso isso venha a acontecer, é quase o mesmo que o Barcelona sem o Messi. E enfrentar uma campanha durissima, com o PT como adversário, é expor demais o seu capital político.
Como disse Lincoln, o verdadeiro líder é aquele que consegue extrair coisas extraordinárias de pessoas comuns (“ordinary” em ingles). Quem sabe ele ainda tenha tempo para encontrar essa pessoa. Se não houver esse tempo, é só ele se reencontrar.
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