As eleições em Vila Velha tendem a ser muito dispersas. Não creio que alianças sustentáveis venham a ocorrer. O que se chama hoje de terceira via na verdade são várias vias em uma só avenida. A que leva ao poder municipal. Há candidatos tradicionais e há candidatos novos. Na ala dos experientes, dos políticos de muito recall estão Hércules, Max Filho e Neucimar. Outros, em outra ala, são menos experientes.
Hércules teve uma atuação inesperada nas últimas eleições quando foi inexpressivo em termos de candidatura para prefeito da cidade. Vem da área médica, tem uma intensa rede de apoiadores e no exercício da medicina certamente amealhou gratidões perenes. É um candidato boa praça, falante, inclinado aos discursos informais e a atitudes de político de massas. Creio que frustrou muitos ao não se empenhar tanto naquela eleição.
Neucimar revelou-se, para surpresa de muitos, um político distanciado das massas, pouco popular, quase invisível aos moradores da cidade. É um boa pessoa, educada e inteligente, mas parece não se sentir confortável em agir de forma mais próxima ao eleitor. Sua gestão também gerou muita dissonancia cognitiva ao prometer muito e, devido a inúmeras articulações partidárias, ter os dois anos iniciais de seu governo praticamente inexpressivos. Há o peso negativo de uma reformulação do PDM muito mal conduzida e a errônea metáfora do dormitório que ele eliminaria. Uma metáfora na contramão da moderna gestão urbana.
Max Filho tem um recall elevadissimo. Ao contrário de Neucimar, é daqueles políticos que vive o cotidiano popular, que caminha ao lado do mais humilde eleitor. Porém, não tem essa mesma facilidade no meio empresarial de vanguarda, não frequenta os mesmos ambientes e parece ter deixado uma equivocada imagem de que não gosta da classe empresarial. Precisa rever isso, especialmente ao falar em público, pois ele não é contra os empresarios de boa índole. Outra questão diz respeito ao seu posicionamento com relação a Paulo Hartung. Já corre o burburinho de que ele não mudou. Que continua criticando Paulo. Ora, isso é algo extemporâneo. Paulo não é candidato em Vila Velha e não é mais governador. Criticar Paulo por um argumento de isolamento de Vila Velha na gestão dele tira mais voto do que agrega. Brasileiro não gosta de vítima, gosta de herói.
Rodney era praticamente um desconhecido político em Vila Velha. Até as últimas eleições. E agora, com o agravamento das questões de segurança, a idéia de um paladino, de um caçador implacável, de roupa de combate e tudo, pode deleitar o imaginário popular. Rodney fala muito pouco e por isso mesmo tem pouco a ser criticado. É tão invisível quanto Neucimar. Ou seja, um desconhecido que promete pouco em suas palavras, com formação militar e boa relação com Paulo. Isso pode agradar. Sem dúvida é um candidato bastante competitivo. Meus alunos de periferia urbana gostariam de ve-lo acabar com a bandidagem.
Babá tem as qualificações de um ótimo candidato. Tambem novato na história política da cidade tem o potencial apoio do PT, com Dilma em ascendência, e tem boas idéias e proposições. Foi muito elogiado por sua coragem em votar contra a reforma do PDM. Fez-se presente ao tema, mostrou de forma transparente suas posições e sua opiniao. A meu ver é um dos poucos que pode vir a ter uma ligação maior com o meio acadêmico e estudantil. Depende apenas de mobilizar o seu partido. Com Guilherme agora no BNDES pode costurar alguns projetos futuros para a cidade.
Vamos aguardar o movimento das peças desse jogo de xadrez para observar o comportamento dessas minhas percepções. No momento creio que Max sai na frente, merecidamente. Manter-se à frente é que é difícil.
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