Sunday, January 08, 2012

Como fazer Justiça?

Hoje, na praia, eu encontrei uma pessoa que trabalha no sistema presidiário do Espirito Santo. É uma pessoa humilde e íntegra.Ele me relatou um fato que me fez pensar muito. Disse: “professor, tem um preso que vai receber regime semi-aberto. Ele foi condenado a 16 anos de prisão, mas já cumpriu um terço da pena. Sabe o que ele é? um estuprador”. “Reincidente?” Perguntei eu. “Sim” disse ele. E seguiu relatando que esse rapaz de 24 quase 25 anos pratica estupros desde os treze anos de idade. Só aos 18 anos foi condenado. Em uma oportunidade, ponderou esse meu amigo, falei para ele: “você está indo aos cultos aqui na Prisão? Está lendo a Bíblia? Ao que o preso respondeu: “Tô sim, mas a gente acredita em Deus quando tá aqui, tá preso. Lá fora a gente esquece dele rapidinho!”.



Pelo que entendi na conversa uma autoridade presidiária o orientou a mudar de bairro para não ser assassinado por vingança, já que ele havia estuprado filhas de pessoas bem de vida. Também, suponho, essa autoridade deve ter quase certeza que ele cometerá estupros novamente. Fiquei imaginando o que seria a Justiça ideal. Como deveria ser o vigiar e o punir. Um dos primeiros livros que li na adolescência foi “A Lei quer que eu morra”, junto com “2455, Cela da Morte”, de Caryl Chessman, o famoso bandido da luz vermelha, nos EUA. Depois li “O processo Maurizius”, de Wasserman. Pensei neles.


Fiquei olhando aquelas centenas de pessoas na praia. E qual deveria ser a proporção ideal de assegurar-lhes a melhor convivência social possível. Como se fazer valer a justiça entre elas.

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