O UFC no Rio de Janeiro me fez lembrar Roberto da Mata e seu livro “A Casa e a Rua”. O brasileiro tem muita dificuldade de separá-las. Durante anos a rua foi uma extensão da casa. As pessoas tinham o hábito de colocar cadeiras nas calçadas e ali se deixarem ficar por horas, conversando e vendo as pessoas passarem. Isso é algo que ainda se reproduz nas casas de praia no verão. Lojas comerciais já receberam nomes como Casa José Silva, Casa Santa Terezinha, Casas Bahia. Como se hábitos e costumes transitassem entre o comércio e a casa dos proprietários. Diz-se que alguém é amigo quando freqüenta a cozinha de uma casa.
O que vi no UFC-RJ foi isso. José Aldo, após sua vitória caiu na galera. Inesperadamente correu para fora do octógono e misturou-se com a multidão. Os profissionais do UFC pareciam atônitos, sabendo do risco que isso significa e suas conseqüências. Pessoas poderiam ter se machucado e confusões acontecido. Aliás, o lutador entrou ao lado de uma força pública, o BOPE, por que na percepção de muitos o Estado é uma mera extensão da casa.
Já o Galvão Bueno pensou que o octógono era a Nação Brasil. Esse ufanismo chegou a parecer artificial apesar de ele fantasiar bem as emoções. Mas, mora na Europa. Aliás, tudo foi artificial em sua narração, pois ele não é do ramo. Esse chavão de Gladiadores demonstra seu desconhecimento da História. É uma afronta ao esporte MMA, pois aqueles eram vítimas de uma tirania, da escravidão e da humilhação.
UFC-RJ, uma festa que poderia ter apenas feijoada, mas teve até pizza – na decisão do juiz - para representar bem o imaginário brasileiro
Mas esse é o nosso querido Brasil. Feito por pessoas apaixonadas.
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