Os políticos, de forma geral, em
termos de administração pública, estão contaminados pela vaidade pessoal e pela
ambição pelo poder. São poucos os que assim não se comportam. De presidentes da
república e governadores aos prefeitos municipais a imensa maioria busca
articulações políticas que inviabilizem candidaturas opostas, que calem vozes
discordantes, que aumentem sua influência no jogo de poder e que assegurem
sua perenidade política. Ao invés de servir ao público, servem-se do que é
público, como se fosse um maquiavélico festim democrático. Estamos bem próximos
das eleições municipais do ano que vem e os jornais e as conversas no cotidiano
da vida traduzem essa percepção de miopia política com muita assertividade. O
cidadão virou um joguete, uma marionete, um voto financeiramente controlado. A
mídia tradicional com seus jornais, revistas e a televisão, assim como as redes
sociais, tentam informar aos cidadãos, apresentar análises e comentários
didáticos e formadores de opinião, mas poucos conseguem mudar. Até porque em
algumas delas existe essa mesma miopia sobre quem são os adversários. Pensam no
concorrente mercadológico e não no combate a desinformação, a ausência de
cidadania, a corrupção e ao desmando político.
Agora mesmo, na campanha que se
inicia para a prefeitura de Vitória, por exemplo, o que há nas conversas de rua
e na mídia é um disse-me-disse se o Paulo Hartung vem candidato ou não. Quais
as conjugações que beneficiariam tais e quais grupos, resumidos em dois: o de
Paulo e o dos outros. Isso é de uma simplificação impressionante, de uma
capacidade de síntese equivocada. De uma abstração do que realmente importa
como as necessidades e premências do município. É uma dicotomia. Em Vila Velha é a mesma coisa. O competente
Rondinelli Tomazelli em sua coluna de hoje relata um diálogo entre Neucimar e
Casagrande, quando o prefeito disse que se o Max Filho fosse para o PSB
Casagrande viraria seu adversário também. Neucimar “esqueceu”, como muitos, que
sua principal função, para a qual ele foi eleito, é ser prefeito e não
político. Logo ele que tinha um discurso de que era importante ter ótimo
relacionamento com o governador para administrar bem o município jogaria o
município contra o governo do estado. Como prefeito, Neucimar parece entender
que é o Indiana Jones com a missão de impedir que Max ou outro adversário
chegue ao Santo Graal canela verde. Que não tem nada de santo, mas talvez muito
Granal.
É por essas e outras que as
notícias dos jornais de 50 anos atrás, como mostra A Gazeta, são as mesmas até
hoje.
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