Sunday, October 23, 2011

O IJSN


O jornal A Gazeta tem dado tanta ênfase a saída da Presidente do IJSN que eu resolvi escrever esse texto. Aliás, uma ênfase que me parece exagerada e despropositada. Assim como os argumentos da demissionária. Mas eu sempre respeitarei opiniões contrárias.

Certa vez eu era Chefe-de-Gabinete do Luis Paulo Velloso Lucas, quando criamos a Secretaria de Ações Estratégicas e Planejamento, no Governo do Estado. O Governador era o Albuíno que, dada sua origem do meio empresarial, buscou pessoas com conhecimento sobre inovação, produtividade e qualidade total. Luis Paulo e Paulo Augusto Vivacqua representavam isso muito bem. Luis Paulo e eu trabalhávamos muito e todos os dias planejávamos ações e as implementávamos. Mudanças são sempre difíceis de serem aceitas e sabiamos bem disso. Paulo Augusto estava indo muito bem na reformulação do conceito de crescimento econômico e nós iniciaríamos uma nova caminhada, com muito pouco dinheiro e recursos físicos e humanos. Conseguimos o Willian Galvão, do Bandes, e o Neivaldo Bragato, da Fazenda. Veio também, seu fiel escudeiro Manegatti.

Tudo era novo, nesses campos do conhecimento aqui no estado. Trouxemos o Cleomar do Carmo Ferreira, que era do grupo Coser, para cuidar dos programas de qualidade no setor publico. Dayse Osleguer Lemos participava nessa área, com ele. Enfim, tentávamos fazer uma revolução gerencial, com muitas variáveis adversas, mas com um grupo motivado. Depois, veio o Antônio Dória Porto, da Cosipa de São Paulo. Essas pessoas até hoje estão por aí, bem locupletadas. A Lílian Melo Também se juntou ao grupo, no Departamento Estadual de Estatística.

Então, um dia, de manhã bem cedo, Luiz Paulo me confiou o desafio de mudar a postura de trabalho do IJSN. Não que ela fosse ruim. Ao contrário, tinha um bom gestor que era o Mauro Pylro. Mas nós precisávamos de um choque cultural em termos de planejamento estratégico. Eram tempos orçamentariamente muito difíceis, verbas muito pequenas. Precisávamos reposicionar o IJSN. E lá fui eu sabendo, enquanto comissionado convidado, que poderia voltar a qualquer momento. Ser desconvidado. Fizemos o planejamento estratégico do órgão, definimos suas ações estratégicas ano a ano e partimos para a luta. Não quero falar sobre minha gestão. Está tudo registrado lá. Mas conseguimos seguir em frente navegando em mares adversos orçamentariamente falando. Priorizamos a assessoria aos municípios em seus planos diretores e orientações legislativas, posso assegurar. O Departamento Estadual de Estatística fez um bom trabalho e seguimos o caminho possível, desafiando adversidades.

Um dia, o Paulo Hartung foi nos visitar e, sentado em frente à minha mesa de trabalho na sala da presidência, ele disse: gosto do seu trabalho aqui, mas não creio que esse seja o papel do IJSN. Deveria ser mais voltado à formulação de políticas públicas. Pelo que entendi à época ser seu pensamento, já que na verdade atendiamos de acordo com o portfolio que havíamos desenhado estrategicamente, para nossa sobrevivência. Logo depois veio o Governo Vitor Buaiz, que me demitiu. Ou melhor, cassou um privilégio que me havia sido concedido pelo poder público, talvez por um outro entendimento sobre seu papel e em razão de novos projetos para o setor. Estávamos colhendo os primeiros frutos de nosso trabalho, mas desejei muito sucesso ao novo presidente e esvaziei minhas gavetas com o mesmo sorriso quando assumi. Somos uma passagem, o IJSN sempre deverá ser a ponte. Mas lembro bem de uma coisa que fiz questão de não lá deixar, preso à parede: uma frase de Martin Luther King: I Have a Dream! E fui em busca deles.  


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