Com a economia em frangalhos a
Europa volta seus holofotes colonizadores para a África. Para os neófitos
aquela região parece estar vivendo um surto de democracia, dessas democracias
hi-tech movidas pelo twitter ou pelo facebook. Mas a dura realidade é que
estamos revivendo a Conferência de Berlim, dos anos 1884 e 1885. Agora, vemos
nos jornais que Sarkozy, França, e David Cameron, Inglaterra desembarcam na
Líbia cercados pelo povo recém-libertado das agruras de kadafi. Na fotografia exibem sorrisos largos e mãos carinhosas.
De novo, a válvula de escape dos infortúnios econômicos da Europa está na África.
O neo-imperialismo dos anos 1880 a 1914 resultou na Primeira Guerra Mundial, já
que não houve consenso entre França e Inglaterra àquela época, mas conseguiu
impor uma variável adicional a era do imperialismo quando incluiu cultura e
costumes europeus em boa parte do continente Africano, aculturando-o, mas a judando a economia de Inglaterra e França. Agora, a solução para a crise européia toma o mesmo caminho do domínio economico, territorial e cultural daquele continente.
Para cobrir seu déficit na
Balança Comercial – essa foi uma das principais razões – a Grã- Bretanha buscou
mão-de-obra de baixo custo e abundantes matérias primas nos solos africanos, a
partir de 1873. A Alemanha, que havia acabado de ser unificada sob a égide
dominante da Prússia, não tinha força suficiente para fazer parte do botim na
África e promoveu a Conferencia de Berlim onde foi estabelecida a partilha da
África. Naquela época, a desculpa para a intervenção naquele majestoso continente
não era a existência de Kadafi, como hoje fazem as forças militares ocidentais,
mas o tráfico de escravos e o consumo de bebida alcoólica. Também, não havia ainda a desculpa de armas
nucleares como no caso do Iraque, no Oriente Médio. Era só invadir mesmo.
Mais uma vez a África é invadida.
Agora, por Carla Bruni e Lilly Allen. Muda a cobertura, mas o doce é o mesmo.
Amargo como fel, dirá o Tempo, senhor da Razão. .
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