Friday, September 16, 2011

De novo, a África


Com a economia em frangalhos a Europa volta seus holofotes colonizadores para a África. Para os neófitos aquela região parece estar vivendo um surto de democracia, dessas democracias hi-tech movidas pelo twitter ou pelo facebook. Mas a dura realidade é que estamos revivendo a Conferência de Berlim, dos anos 1884 e 1885. Agora, vemos nos jornais que Sarkozy, França, e David Cameron, Inglaterra desembarcam na Líbia cercados pelo povo recém-libertado das agruras de kadafi.  Na fotografia exibem sorrisos largos e mãos carinhosas. De novo, a válvula de escape dos infortúnios econômicos da Europa está na África. O neo-imperialismo dos anos 1880 a 1914 resultou na Primeira Guerra Mundial, já que não houve consenso entre França e Inglaterra àquela época, mas conseguiu impor uma variável adicional a era do imperialismo quando incluiu cultura e costumes europeus em boa parte do continente Africano, aculturando-o, mas a judando a economia de Inglaterra e França. Agora, a solução para a crise européia toma o mesmo caminho do domínio economico, territorial e cultural daquele continente. 


Para cobrir seu déficit na Balança Comercial – essa foi uma das principais razões – a Grã- Bretanha buscou mão-de-obra de baixo custo e abundantes matérias primas nos solos africanos, a partir de 1873. A Alemanha, que havia acabado de ser unificada sob a égide dominante da Prússia, não tinha força suficiente para fazer parte do botim na África e promoveu a Conferencia de Berlim onde foi estabelecida a partilha da África. Naquela época, a desculpa para a intervenção naquele majestoso continente não era a existência de Kadafi, como hoje fazem as forças militares ocidentais, mas o tráfico de escravos e o consumo de bebida alcoólica.  Também, não havia ainda a desculpa de armas nucleares como no caso do Iraque, no Oriente Médio. Era só invadir mesmo.


Mais uma vez a África é invadida. Agora, por Carla Bruni e Lilly Allen. Muda a cobertura, mas o doce é o mesmo. Amargo como fel, dirá o Tempo, senhor da Razão. .



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