
Se o entusiasmo do presidente Lula pudesse contaminar os mortos, pois os vivos já se sabe que sim, Getúlio Vargas abandonaria seu mausoléu e tentaria dar novo golpe de estado só para cuidar do pré-sal. Vargas criou a Petrobrás, Lula quer criar a Petrossal. E assim, alem de garantir a plataforma eleitoral de sua escolhida, garantir que seu nome entre para a posteridade, como redentor do futuro. Feliz deve estar Sarney, pois assim as luzes que iluminavam suas amarguras deslocam-se para a festa do sal. Infeliz deve estar o futuro tamanha a responsabilidade que lhe depositam, há tantos anos. Coitado, anda meio desacreditado.
Lagos formados há mais de 100 milhões de anos - quando os continentes da África e da América do Sul começaram a se afastar - e que acumularam matéria orgânica, ao receberem água salgada dos oceanos que lhe invadiram acabaram sedimentando petróleo da melhor qualidade. Uma grande parte dessa riqueza negra, após a separação total dos continentes, ficou na costa brasileira. Portanto, do centro da terra para a superfície do oceano há petróleo antes da camada de sal e após a camada de sal. Este, por estar mais raso é mais fácil de explorar. O outro, mais profundo, é difícil de explorar e mais oneroso, sendo necessário atravessar a espessa camada de sal que os separa.
O nosso presidente, de tão entusiasmado, aceita como verdadeira a existência e a retirada desse petróleo. Pelo que entendo, na percepção dele não há risco. Por isso prescinde de empresas estrangeiras que prospectam sob risco e dá exclusividade à estatal que criará. Mas há riscos sim. Espero que ele tenha a mesma certeza quanto à existência de recursos materiais e financeiros no governo federal para tornar essa potencialidade uma realidade. Os desafios passam por manutenção de plataformas que ficarão afastadas da costa em 300 km, pelo risco do dióxido de carbono existente nas profundezas e a pela necessidade de repor materiais e equipamentos devido à consistência da camada de sal. Os investimentos necessários ao empreendimento poderão chegar a mais de US$ 110 bilhões até 2020. Espero também que a nova estatal não tenha atos secretos, cargos comissionados partidários e rombos financeiros. Como amor mútuo quem sabe o atual presidente da república venha a ser o futuro presidente da nova estatal.
A extração de petróleo é uma atividade agressiva, mutilante e exige uma poupança programada – royalties – para enfrentar alguma eventual situação indesejada. No caso dos estados diretamente afetados, há questões ambientais e externalidades seriíssimas que devem ser observadas. Esse assunto já foi muito bem tratado por Pigou e Coase. Como já disse algumas vezes em outras oportunidades, esses royalties não deveriam ser concentrados no governo federal e este o designar aos estados e municípios, como uma postura redistributiva. Os governadores de São Paulo, Rio e Espírito Santo têm razão. Não é esse o melhor modelo para se obter um desenvolvimento mais harmônico do país. Existem modelos de desenvolvimento regional muito mais apropriados. Se o recebessem diretamente, governadores e prefeitos poderiam organizar suas finanças e ampliar sua capacidade de investimento local com mais propriedade. Afinal, é neles que ocorre o impacto ambiental, econômico e social em sua maior intensidade. E são eles que percebem com mais nitidez o que é preciso fazer, como atuar e onde atuar. Além disso, quando o dinheiro vai para Brasília muitas vezes volta bem menor.
O nosso presidente, de tão entusiasmado, aceita como verdadeira a existência e a retirada desse petróleo. Pelo que entendo, na percepção dele não há risco. Por isso prescinde de empresas estrangeiras que prospectam sob risco e dá exclusividade à estatal que criará. Mas há riscos sim. Espero que ele tenha a mesma certeza quanto à existência de recursos materiais e financeiros no governo federal para tornar essa potencialidade uma realidade. Os desafios passam por manutenção de plataformas que ficarão afastadas da costa em 300 km, pelo risco do dióxido de carbono existente nas profundezas e a pela necessidade de repor materiais e equipamentos devido à consistência da camada de sal. Os investimentos necessários ao empreendimento poderão chegar a mais de US$ 110 bilhões até 2020. Espero também que a nova estatal não tenha atos secretos, cargos comissionados partidários e rombos financeiros. Como amor mútuo quem sabe o atual presidente da república venha a ser o futuro presidente da nova estatal.
A extração de petróleo é uma atividade agressiva, mutilante e exige uma poupança programada – royalties – para enfrentar alguma eventual situação indesejada. No caso dos estados diretamente afetados, há questões ambientais e externalidades seriíssimas que devem ser observadas. Esse assunto já foi muito bem tratado por Pigou e Coase. Como já disse algumas vezes em outras oportunidades, esses royalties não deveriam ser concentrados no governo federal e este o designar aos estados e municípios, como uma postura redistributiva. Os governadores de São Paulo, Rio e Espírito Santo têm razão. Não é esse o melhor modelo para se obter um desenvolvimento mais harmônico do país. Existem modelos de desenvolvimento regional muito mais apropriados. Se o recebessem diretamente, governadores e prefeitos poderiam organizar suas finanças e ampliar sua capacidade de investimento local com mais propriedade. Afinal, é neles que ocorre o impacto ambiental, econômico e social em sua maior intensidade. E são eles que percebem com mais nitidez o que é preciso fazer, como atuar e onde atuar. Além disso, quando o dinheiro vai para Brasília muitas vezes volta bem menor.
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