Sunday, June 19, 2005

A Saúde de Hartung


Nas aulas de economia, eu costumo ensinar aos alunos que, em alguns aspectos, o organismo público é como o organismo humano. Aliás, os economistas organicistas tinham essa percepção o que, inclusive, provocou a adoção de palavras da Medicina e da Física, como circulação da moeda, assim como do sangue; taxa de inflação, assim como taxa de infecção; aquecimento da economia; vetor, liquidez e outros termos conhecidos. É possível comparar, também, a política macroeconômica, a qual rege a economia e a sociedade, com o funcionamento do organismo humano. Como se sabe quatro são as metas fundamentais de qualquer país ou estado: estabilizar preços, obter alto nível de emprego, crescer e, então, distribuir a produção (riqueza). Estabilizar preços é evitar a inflação ou a deflação. Os membros do organismo humano também assim precisam ser observados: o custo de se obter o produto ofertado pelos rins não pode ser muito mais alto a cada dia, o mesmo valendo para o intestino, o coração, o pulmão, etc. Também, não pode passar a valer menos a cada dia. Os valores tem que ter uma estabilidade tal que todos os componentes do organismo possam deles consumir, sem exclusão. No caso do emprego, é importante que todos esses componentes estejam trabalhando, pois quando um deles falta ao trabalho, trabalha menos ou para de trabalhar a máquina humana promove greves mutilantes, só resolvidas quando um bom negociador – o médico – reorganiza a situação. Sob o mesmo raciocínio se apoia idéia do crescer, a terceira meta . Os órgãos não podem se atrofiar. A infância e a adolescência são etapas principais para o adequado e natural crescimento do corpo humano. Assim, também, a economia e a sociedade precisam crescer de forma harmoniosa, sem anabolisantes que desfigurem a ambiência e a natureza humana. Crescer de forma não sustentada é fatal para um país, assim como para um ser humano. Em seguida, tem-se a metáfora da distribuição: todos os órgãos humanos tem que ser recompensados pelo seu trabalho árduo e permanente. O pulmão tem que receber ares mais puros, o coração menos gorduras e stress, os rins mais água de boa qualidade, e para alguns – o que não é o caso do governador – o fígado, menos bebidas alcóolicas. Isto também é válido para os cidadãos de um estado. O quadro de saúde do Governador Hartung, que integra um grupo de políticos-gestores de alta competência e probidade como Max Filho, Vidigal e Luiz Paulo, me fez lembrar dessas metáforas porque o povo do Espírito Santo tem associado a saúde de seu Estado à saúde de seu governador: o homem determinado e forte, trabalhador e desafiador, probo e otimista, republicano e defensor de sua estrutura institucional. Cuide de si Paulo, pois o Estado do Espírito Santo não pode adoecer. Principalmente, agora que como nos seres humanos, em momentos de emoção ou tensão, o coração da máquina pública bate mais forte e o cérebro vislumbra dias melhores, para ambos.

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