Monday, May 30, 2005

Habemos Papam

Habemos Papam

As duas maiores potências mundiais da atualidade têm novos chefes de estado que convergem para uma mesma percepção: o conservadorismo radical. De um lado, o Vaticano, com 1 bilhão de fiéis e novo Papa. De outro lado, os Estados Unidos da América do Norte, com seus 11 trilhões de dólares de PIB e presidente reeleito. Dois governantes que não abrem mão de interpretações rígidas de alguns conceitos relacionados à sociedade humana, atualmente polêmica.
Na questão norte-americana isto significa perder adeptos do american way of life e reduzir a simpatia pelo seu modelo de desenvolvimento econômico e social. É possível perceber uma queda acentuada do interesse por produtos e serviços cujas marcas estejam associadas à sua cultura, incluindo-se aí tanto fast foods, camisetas, programas de tv e outros instrumentos propagandistas. Por exemplo, já se vê algo assim: Creppe no lugar do big mac?
Conscientes desse fato, algumas Instituições norte-americanas estão adotando iniciativas no sentido de reverter essa situação como estão fazendo as Universidades que concedem bolsas para mestrado e doutorado, ao perceberem que o interesse por estudar nos USA tem diminuído a passos largos. Recentemente, teve até diplomata visitando faculdades da grande vitória. Tudo isto, em grande parte pode ser creditado a lamentável política externa do presidente Bush: invasão do Afeganistão, do Iraque, ameaças à Coréia, Venezuela e outras nações. Também, à sua política interna, contra o homossexualismo, as pesquisas científicas como a de células-tronco e até posicionamentos ridículos como o de proibir que professores abordem a tese darwiniana da origem do homem em sala de aula.
No Vaticano, esse mesmo conservadorismo, que ficava sob o crivo do então cardeal Ratzinger, também desagrada várias correntes do catolicismo romano. A corrente mais significativa é a teologia da libertação que tem como representante Leonardo Boff, ex-padre. Mas, também, a todos aqueles que torcem pelo ecumenismo, por alianças religiosas e por maior flexibilização na igreja católica. Padres casando, uso de camisinha, opção pelo aborto, clonagem e outras questões conjunturais não têm espaço no pensamento Ratzengeriano. Tímido e discreto segundo alguns, mas severo e inflexível, segundo muitos, o novo Papa governará com uma doutrina forte a nação católica.
Assim, o Estado, representado pela figura de Bush se inclina ao conservadorismo. A religião, no perfil do Papa, também. E a ciência, como reagirá? O Juízo Final, talvez o mais belo afresco pintado por Michelangelo na Capela Sistina, o qual colocou como mortal que expia suas culpas o Papa Júlio II, terá agora a ciência como vilã?

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