Obsessão Eleitoral
Estamos em mais um ano de eleições e no Espírito Santo mais uma vez o assunto é a candidatura ou não de Paulo Hartung à reeleição. Mesmo havendo indicações eventuais de algo mais elevado, como a Vice-Presidência da República, o universo político capixaba gravita em torno de sua aura política local. Político hábil, vitorioso e estrategista, ele inspira em muitos uma obsessão em derrota-lo ou ver seu ocaso político. Nunca participei ativamente de sua vida política, mas enquanto observador atento percebo que esse é o calcanhar de Aquiles de seus adversários.
Gastam energia e concertações muito mais direcionadas a derrota-lo do que efetivamente elegerem-se. Parece que não entenderam as lições de Trump e Macron. Antes de apresentarem suas propostas e definirem que produtos entregarão à sociedade, os postulantes ao cargo máximo de nosso estado exaurem suas forças na tentativa de desconstruí-lo. Além do próprio, temos bons candidatos ao cargo, como o deputado Majeski, a senadora Rose, o prefeito de Vitória, o prefeito de Vila Velha e, claro, Renato Casagrande. Creio que ainda que venham outros candidatos, esses são os mais competitivos, no momento.
O segredo da vitória, do vencer o possível candidato Paulo, estará na capacidade de mostrar entregas realizadas em seus respectivos mandatos. É isso que a sociedade hoje quer. Resultados, produtos, soluções. Antes prevalecia o binômio ideais-partidos políticos. Hoje, não mais. O binômio desejado é ideia-pertencimento. Boas ideias que pertençam ao eleitor, não ao candidato ou ao partido. Os partidos perderam sua relevância em termos de pertencimento. Haja vista o que aconteceu com o PSDB-ES, recentemente. E com o PT em nível nacional. Não mais se vence uma eleição por desmerecer o adversário, mas por se fazer merecer perante o eleitor.
Certa vez, Napoleão Bonaparte disse que é preferível o ateu ao fanático. O fanatismo leva a uma interpretação míope da realidade e das condições de batalha. Creio que essa percepção também vale para a obsessão eleitoral. Antes o desinteressado que o obsessivo. Este, já perdeu o foco de sua estratégia - não quer vencer, quer derrotar o adversário; o outro, ainda tem a chance de se interessar pela vitória, e a derrota alheia será uma legítima consequência de sua eleição. Temos bons candidatos. O que nos falta é conhecer suas estratégias e resultados que se responsabilizarão por gerar. Melhor fazer isso de forma célere, pois o tempo é implacável com as obsessões. Transforma batalhas em derrotas.
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