Abri o jornal A Gazeta do dia 10 de Abril deste ano de 2015 e encontrei um anúncio elogiando os 100 dias do Governo PH. Várias empresas ali se manifestaram. Mas nas ruas, no imaginário popular, a percepção desses 100 dias tem dissonancias com a que ele almejou obter. Principalmente, porque ele tem por base uma percepção histórica muito positiva em razão de seus governos anteriores. Duas condições, em meu modesto entender, construiram essa imagem indesejada.
A primeira
diz respeito à polêmica envolvendo a elaboração do Orçamento Anual para 2015 e
sua execução no ano de 2014. Críticas pesadas e inebriadas pela desconfiança
ética e jurídica atordoaram a compreensão popular, e, ao contrário de esclarecer,
confundiram a sociedade e o setor produtivo. Anulação de empenhos, rubricas
superestimadas e outras variáveis técnicas foram divulgadas na midia como um
campo de batalha, como uma reprovaçao do governo anterior. Nesse sentido, o
atual governo não conseguiu ser consistente em seus argumentos, precisando ele
próprio rever argumentos apresentados.
A segunda
condição polêmica foi uma proposição, com a idéia da Escola Viva. Um mega
projeto construtor de uma imagem idealizada, mas que se tornou um bumerangue,
um artificio que volta ao seu propulsor. Atônito, ao que parece, o governo
sentiu que a construção participativa dessa ideia, ainda que mais lenta, é
condição sine qua non. A impressão
inicial que ficou é que o governo não estava preparado suficientemente para
adotar essa brilhante e necessária idéia. O mesmo Haroldo Rocha das criticas
orçamentárias, competente e leal amigo do governador, foi o protagonista da
divulgação dessa ideia, mas apesar de lutar bravamente para esclarecer as
duvidas existentes, ainda não foi convincente. Assim, na primeira condição,
nesses 100 dias, o governo, na percepção popular, não foi consistente e, na
segunda, não foi convincente.
PH escolheu
bons nomes para seu governo, é um trabalhador incansável e um politico
experiente, mas merecia uma imagem melhor nesses primeiros meses. Seu
antecessor não foi um José Ignacio com seus equívocos, mas um José Casagrande,
com muitos e importantes acertos, apesar de erros terem existido. E gastar boa
parte dos 100 dias criticando-o não parece ter sido uma estratégia acertada. Nem
consistente. Também, expor um projeto complexo como o Escola Viva sem uma
metodologia de envolvimento bem definida gerou descontentamento e falta de
convencimento.
Torço pelo
sucesso desse governo e creio que os proximos dias serão de melhores
percepções, com uma imagem progressista, participativa, consistente e
convincente.
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