Até a década de 1970 o Brasil tinha uma
influencia marcante da Europa, com sua economia, sua expressão cultural e seus
idiomas. Nas escolas, como o Marista, o ensino de francês constava da grade
curricular bem como musicas infantis de origem francesa. O cinema, com sua
nouvelle vague, a nova onda, oferecia diretores talentosos como Alain Resnais e
François Truffaut dentre outros. Atores como Alain Delon e Jean Paul Belmondo
invadiam as salas de cinema em todo o Brasil. As revistas de circulação nacional
apresentavam fotografias das belas Catherine Deneuve e Brigitte Bardot.
Antes, Hemingway havia dito: Paris é uma festa. A música vinha de
Frank Pourcel, Jaques Brel e Charles Aznavour, dentre outros.
Os estudantes franceses, em maio de 1968,
inspiraram os brasileiros em suas reivindicações e manifestações populares. As
mulheres folheavam avidamente as revistas de moda em busca dos modelos de haute
couture e Prêt-à-porter. Era chique ser afrancesado, cultuar e mostrar a cultura
e a tradição francesa. Os cafés parisienses inspiraram os cafés do Rio de
Janeiro, por exemplo. Os manuais de etiqueta social, recebidos nas aulas que as
filhas de boas famílias faziam para se prepararem para um bom casamento tinham influencia francesa. A festa
de quinze anos era uma apresentação à sociedade de uma “débutante”, palavra de
origem francesa que significava um rito de passagem da jovem para a
adolescência.
Depois dos anos 1970, o Brasil passa a
receber um forte influencia da cultura norte-americana e vêm os jeans, a
coca-cola, o pop-rock de James Taylor e Carole King, os filmes diversão, a
Disneyworld e os Mcdonalds. Depois de woodstock as raízes norte-americanas
passaram a florescer aqui em nosso país com muita intensidade. E claro, o bom e
velho rock and roll. Além de uma série de simbologias e consumismo efêmero. A
literatura, antes representada por Victor Hugo, Paul Verlaine e Racine, dentre
outros, sucumbiu aos novos romancistas realistas dos Estados Unidos.
As viagens para fazer o High School em
terras do Tio Sam eram alvo de desejo entre os adolescentes, assim como os
cursos de mestrado e doutorado. Nos últimos anos, porém, a França tem recuperado
sua importância cultural em vários países, inclusive o nosso. E nesse sentido,
inspirei e estimulei a ida de cinco alunos da rede pública do município de Vila
Velha para uma visita cultural à cidade de Rouen, na França, em Novembro, com o
apoio de uma empresa e a Aliança Francesa. São o que chamo de Jovens
embaixadores Municipais. Uma semente que espero se espelhe nos dois prêmios
Nobel conquistados pelos franceses este ano. Bonne
chance!
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