Thursday, October 16, 2014

O Brilho da França

Até a década de 1970 o Brasil tinha uma influencia marcante da Europa, com sua economia, sua expressão cultural e seus idiomas. Nas escolas, como o Marista, o ensino de francês constava da grade curricular bem como musicas infantis de origem francesa. O cinema, com sua nouvelle vague, a nova onda, oferecia diretores talentosos como Alain Resnais e François Truffaut dentre outros. Atores como Alain Delon e Jean Paul Belmondo invadiam as salas de cinema em todo o Brasil. As revistas de circulação nacional apresentavam fotografias das belas Catherine Deneuve e Brigitte Bardot. Antes, Hemingway havia dito: Paris é uma festa. A música vinha de Frank Pourcel, Jaques Brel e Charles Aznavour, dentre outros.

Os estudantes franceses, em maio de 1968, inspiraram os brasileiros em suas reivindicações e manifestações populares. As mulheres folheavam avidamente as revistas de moda em busca dos modelos de haute couture e Prêt-à-porter. Era chique ser afrancesado, cultuar e mostrar a cultura e a tradição francesa. Os cafés parisienses inspiraram os cafés do Rio de Janeiro, por exemplo. Os manuais de etiqueta social, recebidos nas aulas que as filhas de boas famílias faziam para se prepararem para um bom casamento tinham influencia francesa. A festa de quinze anos era uma apresentação à sociedade de uma “débutante”, palavra de origem francesa que significava um rito de passagem da jovem para a adolescência.

Depois dos anos 1970, o Brasil passa a receber um forte influencia da cultura norte-americana e vêm os jeans, a coca-cola, o pop-rock de James Taylor e Carole King, os filmes diversão, a Disneyworld e os Mcdonalds. Depois de woodstock as raízes norte-americanas passaram a florescer aqui em nosso país com muita intensidade. E claro, o bom e velho rock and roll. Além de uma série de simbologias e consumismo efêmero. A literatura, antes representada por Victor Hugo, Paul Verlaine e Racine, dentre outros, sucumbiu aos novos romancistas realistas dos Estados Unidos.

As viagens para fazer o High School em terras do Tio Sam eram alvo de desejo entre os adolescentes, assim como os cursos de mestrado e doutorado. Nos últimos anos, porém, a França tem recuperado sua importância cultural em vários países, inclusive o nosso. E nesse sentido, inspirei e estimulei a ida de cinco alunos da rede pública do município de Vila Velha para uma visita cultural à cidade de Rouen, na França, em Novembro, com o apoio de uma empresa e a Aliança Francesa. São o que chamo de Jovens embaixadores Municipais. Uma semente que espero se espelhe nos dois prêmios Nobel conquistados pelos franceses este ano. Bonne chance!

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