Monday, September 26, 2011

Coser e Hartung


As recorrentes declarações de João Coser confirmando sua veneração pelo Paulo Hartung devem deixar os petistas de cabelo em pé. Se bem lembro os petistas não gostam de dois políticos recentes: Paulo Hartung e Luiz Paulo. O segundo bem mais pelo seu jeito direto de expor suas diferenças de pensamento e antagonismos pragmáticos. Mas sei também que os petistas não se gostam entre si. Existem correntes divergentes e até onde aprendi a corrente do João não é a mesma corrente da Iriny. Nesse caso, João parece exercer a máxima proferida por Paulo em que muitas vezes se ganha perdendo. Foi assim nas eleições passadas e segundo ele pode ser assim na próxima eleição para a capital do estado. Ter um vice-prefeito muito ligado ao Paulo já foi uma jogada política de muita expressão. Mas apoiar o ex-governador em uma campanha para a PMVV parece algo mais imponderável que o Sobrenatural de Almeida de Nélson Rodrigues. Coisa de atacante do Inacreditável Futebol Clube, de Loco Abreu.

Mas Coser, além de político sério e imaculado em termos de ilicitudes administrativas, ao menos não vi ninguém tentar atingi-lo assim, pode ter o sonho ser governador do Estado e sabe que se depender do seu partido terá poucas chances. A alavanca política para que isso um dia venha a acontecer está nos domínios feudais de Paulo Hartung. Mas fica uma suposição. Talvez Coser nem tenha essa ambição de ser governador. Apenas de ser governo e ter poder, ainda que limitado. De uma coisa pareço ter certeza. Ele é o protótipo ideal de um aliado de Paulo: é reservado, taticamente disciplinado, low-profile e fiel. É a mesma escola de Neivaldo, Tião, Paulo Ruy, Zé Eugênio e Aboudib. Todos, bem sucedidos na teia política e na estratégia de locupletação dos nós da rede.

Se considerarmos todas as crises, o baixo repasse do governo federal e a conjuntura política, Coser pode dizer que faz um bom governo. E se o faz é porque teve apoio para se defender da artilharia incessante de Luiz Paulo e vencer as eleições passadas. O mesmo apoio que hoje apóia. 

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