Saturday, August 13, 2011
Kondratiev e a crise global
Os recentes acontecimentos na economia global nos levam a pensar em um economista russo muito importante no processo histórico de produção, acumulação e distribuição da riqueza humana. Foi na década de 1920 que Nikolai Kondratiev apresentou sua idéia sobre a teoria dos ciclos econômicos. Nos anos de 1922 e 1926 ele lançou dois livros que consideram a ascensão e o declínio das economias da França, do Reino Unido e dos Estados Unidos. Para os não economistas é uma leitura pesada, mas é possível entender que as economias caminhariam em saltos de 40 ou 50 anos até se reinventarem pelo desgaste dos investimentos necessários. É claro que essa tese incomodou muito os que formulavam o novo modelo econômico soviético, pós Czarismo, e pessoas como o próprio Trotsky o combateram duramente. Mas seria Stalin, temeroso que essa idéia derrubasse a propaganda de que o capitalismo ruiria dando lugar ao socialismo e ao comunismo, quem mais o perseguiria. Tanto que em 1930 Kondratiev foi preso, e depois fuzilado em 1938.
O problema maior de Kondratiev foi bater de frente com a idéia Staliniana de industrialização pesada e rápida ao propor a concentração de esforços na produção de alimentos e produtos primários. Inclusive, protagonizou uma mobilização política nesse sentido. Mas suas considerações sobre os ciclos não morreram com ele. Seriam depois retomadas por outros grandes economistas. E a vida econômica ao longo da história da humanidade haveria de corroborar seus pensamentos, tantos foram os ciclos que levaram o capitalismo à beira do colapso total. Os livros de história mostram que o capitalismo vem se arrastando ciclo após ciclo, cambaleante e trôpego algumas vezes, mas ressurgidor como uma fênix. A maior expressão do capitalismo contemporâneo, os EUA, teve várias provações em apenas uma década. A década do atentado de 2001, o furacão Katrina, o acidente com a extração de petróleo no Golfo do México, a guerra no oriente médio, a eleição de um presidente totalmente atípico às tradições, a crise imobiliária, a crise fiscal e a crise política dos dias de hoje. E está na fase descendente.
Não creio que será a China o ponto de inflexão desse ciclo, pois ela parece ter o mesmo argumento de Stalin e Ocarin, economista russo daquela época. Conduzida por uma ditadura em que o livre pensar e propor são punidos severamente creio que não resistirá ao clamor de sua própria gente e mais uma vez o capitalismo norte-americano triunfará. Porque é na democracia que o capitalismo se revigora.
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