Casagrande e Max Filho

Casagrande movimentou o tabuleiro de xadrez político com uma abertura estilo Bobby Fisher, as aberturas abertas “Best by test”. Controla o centro, libera dama e o bispo para movimentos mais ousados. Mostrou que tem personalidade e ousadia política ao permitir que o PSB busque entendimentos para lançar Max Filho em Vila Velha. É aquele mesmo Casagrande que deu um nó na acomodada política local ao desbancar Ricardo Ferraço da candidatura o Governo do Estado e eleger-se com o apoio de Paulo Hartung. A partir desse movimento ele deixa a posição de apatia e vinculação ao governo anterior e assume a postura de proposição, de formulação política.

Está nítido que Neucimar, apesar de sua boa vontade, não conseguiu agregar forças políticas e realizar o tanto que prometeu. Foi incauto ou quis apenas iludir o povo canela verde prometendo milagres impossíveis em quatro anos de governo. Eu conheço bem a estrutura orçamentária da PMVV, pois já fui Secretário de Planejamento e já elaborei seu orçamento.

Neucimar tornou-se impopular. Tinha inúmeros projetos bem encaminhados pelo governo anterior e eu cheguei a supor que faria um bom governo já que as contas municipais estavam equilibradas. A sua promessa de interação com o governo do estado, de parcerias vultosas criou um dissonância cognitiva irremediável com o passar do tempo.

Admitiu um discurso retrógado de cidade dormitório e industrialização e viu naufragar sua popularidade por inércia relativa. Tem aspectos positivos em sua gestão, mas não suficientes para melhorar essa sua imagem negativa. Ficou um vácuo imenso, pois sua aproximação com Magno Malta não surtiu o efeito desejado e o PSB de Casagrande imediatamente percebeu que a peça a ser movida, como Fisher faria, é o Max Filho. Probidade administrativa, popularidade e idoneidade moral.

Facilita, a meu ver, também para Paulo Hartung que deve perceber que esse atrito com Max Filho gera muito mais calor que luz para iluminar o futuro ou a história política de ambos.