Monday, July 18, 2011

PDM de VIla Velha. A arte da Falácia.










O novo PDM de Vila Velha é motivo de várias argumentações sejam elas pro ou contra o que a PMVV propõe. O discurso cidade dormitório versus cidade industrializada é muito extemporâneo para embasar argumentos que justifiquem desrespeitar recomendação do Ministério Público e do próprio bom senso de sustentabilidade ambiental. Isso já foi superado na década de 60. Mas quando se emprega repetidamente um jargão, um lema imaginário, ele se transforma em uma incontrolável falácia. Até a imprensa, vide edições recentes, já embarcou nessa canoa. Tratam o dilema desse novo PDM como se fosse uma dualidade entre dormitório e progresso. E as autoridades públicas municipais o usam como catapulta de suas ambições políticas e plataforma para alfinetadas na gestão anterior. Então, uma coisa séria, de repercussão no futuro de toda uma cidade fica refém dos mandatários da democracia e dos empreendedores que tem visão de maximização de lucros no curto prazo. A orla da Praia da Costa é um testemunho dessa afirmação. Bons empreendedores são aqueles que não matam a galinha de ovos de ouro. Os maus, sequer a alimentam.
Inúmeras sementes plantadas nas gestões anteriores ainda não foram aproveitadas e bem cuidadas. A questão do parque da prainha com aumento de receita e do emprego pela oferta de serviços voltados ao lazer e ao turismo; a questão do morro do moreno, em seu aspecto turístico; a questão da área da família Laranja, no Vale Encantado, como uma enorme fonte de receita pública; a cidade empresarial proposta desde a gestão anterior; a lei de incentivos para atração de empresas que não saiu do papel ainda; a questão de Capuaba e sua retro área, a questão da rodovia Lindenberg e todo o seu imenso potencial comercial, a questão da área do Exército e sua potencial negociação. A questão do aeroclube que pode ampliar-se. Ou seja, janelas de oportunidade que não foram abertas e já se pensa em invadir a área rural. Foi comentado que alguns empresários doaram áreas e que elas seriam esparsas. Isso é o mesmo que acreditar em Papai Noel. O mais grave está nas emendas, quando se propõe permitir construções na área próxima à Reserva Jacarenema em frente ao Barrasol, que foi reservada à preservação de restingas e construções de baixa altura como pousadas, escassas na orla, bares e restaurantes. Ali o novo PDM pressupõe a construção de imóveis de gabarito elevado.
O mais grave em toda essa questão é que as pessoas que estão conduzindo e criando essa dualidade entre cidade dormitório e cidade industrializada não tem conhecimento urbanístico de visão publica e são excludentes. Ou têm, mas usam apenas a visão empresarial de ganho imediato e prejuízo publico perene. Não dá para esperar o tempo que a Praia da Costa esperou para saber o quanto errou. Quem sabe faz a hora, não espera acontecer. Aqui não há viés político algum. Apenas cidadania.

1 comment:

Juca Magalhães said...

Meu caro Antonio Marcus (Marquinhos) Estou precisando te mandar umas informaões sobre uma questão muito séria que está acontecendo e que envolve coisas sobre as quais vc tem escrito da maneira brilhante de sempre, mas perdi seu email. Me responde depois essa mensagem pelo djmagalhaes@hotmail.com

Um grande Abraço.

Juca Magalhães