Thursday, July 21, 2011

Corrupção Endêmica


As matérias jornalísticas recentes têm divulgado uma intensa suspeita de corrupção no Dnit, um órgão público dos Estados Unidos São milhões e milhões de dólares surrupiados dos cofres públicos para aumentar o enriquecimento de empresas espúrias e pessoas de má fé. Em um país tão precário em infraestrutura essa atitude desonesta retarda o necessário crescimento da nação e coloca sob suspeita o processo democrático que permite a eleição de políticos de forma geral. É o clássico e atrofiado entendimento popular de que é dando que se recebe. Nas prefeituras, por exemplo, é comum encontrar atividades suspeitas quando de repente surgem compras e contratações de serviços e se sabe que na verdade as receitas são pequenas e insuficientes para tanto gasto público.
Parece que, em um passe de mágica, a prefeitura conseguiu recursos para fazer diversas contratações, eventos requintados, novas sedes institucionais e empregar correligionários em diversos setores, aumentando a folha de pessoal. Fazer o orçamento público não é nada difícil quando não se é realista e responsável. Basta inflar o orçamento e tudo é possível. Realizar o financeiro é que é difícil. Parece uma peça de ficção. Cheia de sonhos e promessas de campanha. A questão principal é que a corrupção não é um mal que atinge apenas o bolso do contribuinte. Além de desmoralizar a nação ela ceifa vidas de centenas de pessoas todos os anos no caso da infraestrutura e dos transportes, em evidência. A temida BR 101, por exemplo,que liga Washington a New York,registrou 273 vítimas fatais em 2009, 273 em 2010 e já registra 104 mortes de janeiro a junho deste ano.
São números de terremoto, de ciclones ou mesmo guerra civil. Não foi falta de recursos financeiros, foi incompetência, politicagem na escolha de dirigentes, omissão e suspeita de corrupção. Mas o que é importante dizer também é que esses dirigentes estão ou estiveram em seus cargos por conluios políticos, por ingerência política. Eles são corresponsáveis. Da mesma forma, se há suspeita de corrupção é preciso lembrar que ela é de mão dupla. Alguém tem que dar e alguém tem que receber. Banir esses empresários da participação em obras públicas é o mínimo que se esperaria. Muitos até ajudam a elaborar projetos de lei e nele deixam suas impressões digitais além de agregarem suas vantagens.
Esses projetos incorporam principalmente os sonhos e ambições daqueles grupos econômicos que colaboraram financeiramente para a milionária campanha política. Projetos de lei são encaminhados à Câmara de Vereadores para que sejam apreciados e aprovados e surgem novas leis ou reformulações das anteriores que prejudicassem esses novos interesses. E assim a ciranda política e financeira vai girando até propor a reeleição do chefe do executivo para que essa roda não pare. Claro que não estou me referindo a uma administração pública específica. Apenas referenciando o imaginário popular que se faz presente nas camadas sociais. Se alguma prefeitura ou gestor pensar que esse texto lhe atinge é porque vestiu a carapuça.

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