Saturday, March 05, 2011

Cisne Negro



Não sei o que aconteceu, mas depois de toda uma expectativa favorável eu não gostei do filme “O Cisne Negro”. Claro que a interpretação de Portman é impressionante, marcante e inesquecível. Mas o filme é exagerado demais. Agressivo demais para uma arte chamada ballet. A minha primeira decepção é não encontrar Tchaikovsky, a não ser pela música. Maravilhosa como sempre. Mas para por ai. A trama original, que Margot Fonteyn e Nureyev fizeram tantas vezes e de forma impecável, foi remodelada para uma abordagem onde a mãe é o cisne branco – doce, atenciosa, carinhosa e exigente, exclusivista – e o professor é o cisne negro – tentador, imoral e visceral. Definitivamente não é o meu estilo de filme. Tem inúmeros méritos técnicos, mas em se tratando do compositor russo, isso tem que estar aliado a uma belo conto de amor. Aronofsky ousou e obteve sucesso comercial propondo a tragédia do desamor. O que eu gostei mesmo foi rever o Lincoln Center onde vi várias óperas e jazz de altíssima qualidade. E sempre verei. Mas o filme, não mais verei, com certeza. Sei que estou contra a imensa maioria que adorou o filme. Mas essa é minha percepção.

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