Monday, July 19, 2010
Equipes de Governo
Os jornais têm noticiado pesquisas eleitorais com bastante ênfase e seus jornalistas têm feito várias considerações e inferências. Todas fazem referencia a candidatos, estimulando ou obtendo a manifestação espontânea dos potenciais eleitores. Os não iniciados hão de pensar que ouvir apenas 800 ou 900 pessoas não representaria a percepção do eleitorado. Afinal eles são milhares de pessoas. Procedimentos estatísticos, paramétricos ou não, podem reproduzir as percepções de uma amostra para o universo de pesquisa. Estratificar bem as faixas de renda, de idade, de escolaridade, de moradia e outras variáveis importantes permite essa reprodução sempre que as pesquisas são idôneas e responsáveis. Não é isso, a ética profissional, que me aflige. O que percebo é que ainda nos mantemos pouco exigentes em termos de escolha de nossos candidatos.
Vejo algumas pessoas comentarem a questão dos planos de governo. Alguns estariam até prontos, detalhados. E seus protagonistas afirmam que são resultantes do pensamento crítico da sociedade. Ora, isso não é como a estatística. Não dá para fazer extrapolações com base em percepções, aspirações e desejos de um grupo de simpatizantes e correligionários. Pode ocorrer um viés tendencioso. Também, com em nosso país as composições políticas são esdrúxulas e oportunistas aquele documento pode correr o risco de, ampliada a gama de desejos e vontades políticas, tornar-se um estático documento inercial. É importante que o grupo político defina seus valores e princípios, suas crenças invioláveis e seus objetivos estratégicos. Porém, suas ações estratégicas e operacionais deveriam ser alvo de estudo e proposições do conjunto social que o elegeu para governar o Estado, por exemplo. Por isso é muito comum ver promessas de metrô de superfície, veículos leves sobre trilhos, pontes e aeroportos que não se realizam pela falta de legitimidade executiva.
O que sinto falta é da definição de equipes de governo. Isso é o mais importante para um eleitor contemporâneo. O atual Presidente da República, por exemplo, colocou pessoas que se mostraram desqualificadas para ocuparem cargos de Ministros e outros mais. Nos Governos Estaduais também isso ocorre. Pior ainda quando a coligação é muito ampla, com vários partidos políticos, pois cada um vai querer um feudo para chamar de seu. E, então, aquele plano de prateleira é todo revisto e a disputa pelo poder e pela vitrine narcisista destoando a governabilidade. Uma das razões de êxito em algumas áreas do governo Hartung foi a sua mão firme na escolha dos principais ocupantes de cargos.
Portanto, que venham as definições antecipadas de Secretários de Estado, pelo menos. Saberemos de suas competências, suas formações e de seus compromissos com o que formularam. E assim optaremos pelos melhores. Não é apenas uma pessoa quem governa, mas uma equipe bem escolhida. Ou feudalizada.
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