
Sei que posso estar caindo na armadilha de evocar o domínio popular hitleriano, mas não há como deixar de pensar que a direção do filme sobre Lula evoca Leni Riefenstahl, a cineasta oficial do Führer, quando registrou as imagens do congresso do Partido Nacional Socialista em Nuremberg, em 1934. Ângulos perfeitos, roteiro omisso em relação aos pontos negativos da vida do protagonista, sua vitimização emocionalmente tocante, tudo isso com um requinte cinematográfico de alta qualidade. Na verdade o filme chega a ser tendencioso por não permitir ao expectador a prerrogativa da dúvida, da formação de sua própria percepção sobre o personagem. Lula já vem pronto: é amável, bom filho, trabalhador, humilde e conciliador. Acima de tudo, uma vítima da vida rude do sertão e dos infortúnios de uma grande cidade como São Paulo.
E disso que o povo brasileiro gosta. Adora. Gosta mais de vítimas que heróis e isso nos difere de outros povos em que tudo que têm vem de lutas, de conquistas, de batalhas. Os hinos oficiais de muitos países expressam isso. Em nosso caso, o jeitinho, a bajulação, os acordos secretos, o jogo duplo, o senso camaleônico de assumir formas mais convenientes a cada momento, enfim, a imagem de gente boa injustiçada. O filme é bem menor que o Lula. Este, um exemplo de vida vencedora, de sonhador que se realiza. Sem dúvida, Luis Inácio tem a importância e a grandeza de uma pessoa que merece ser registrada em livros ou filmes. É um ícone incontestável em termos de vida pessoal e política. Um filme assim, panfletário, fica aquém se sua dimensão, apesar da qualidade da direção e de seus atores e atrizes.
Lula tem um grande mérito. È um dos poucos políticos de destaque, na recente história brasileira, que querem ser vistos como são efetivamente. Que querem ser brasileiros. Guerreiro Ramos chegou a dizer com muita propriedade que nós tínhamos vergonha de ser como somos. O Brasileiro durante muitos anos quis parecer europeu e depois da segunda guerra, norte-americano. Recentemente, Collor era um “dandy”, um lutador de artes marciais, esquiador em Aspen e Vail, no Colorado. Jet sky, lancha, moto e “cooper” nas ruas de Brasília, férias em Miami. Muitos brasileiros o viam como um “playboy” sofisticado. FHC foi Europeu. Sorbonne, London School of Economics, intelectuais sofisticados eram convidados para jantar. Poliglota e gastronomicamente refinado. Muitos brasileiros o vêem como uma referencia intelectual em um país de iletrados.
Lula é Lula. Fala em português mesmo onde quer que esteja, deixa claro que adora buchada de bode, usa o vocabulário coloquial, às vezes de camelô mesmo. Carrega isopor na cabeça em praia oficial assim como o “brasileirinho” faz no piscinão de Ramos. Dá puxão de orelhas em Obama e outras autoridades globais, como sua mãe fazia com ele, algumas vezes. Reclama do presidente da Vale como se falasse com um colega de pelada de futebol que errou o passe. Ou goleiro que “frangou”. Apresenta idéias e soluções como se elas fossem possíveis por serem óbvias. É como besouro que não sabe que não nasceu para voar, e voa. Lula adora ser assim. Ele mesmo. E brasileiro. Indubitavelmente, é um grande líder, mas não necessariamente, um grande presidente. O filme não mostrou nem um nem outro. Apenas uma vítima. Como o povo gosta.
E disso que o povo brasileiro gosta. Adora. Gosta mais de vítimas que heróis e isso nos difere de outros povos em que tudo que têm vem de lutas, de conquistas, de batalhas. Os hinos oficiais de muitos países expressam isso. Em nosso caso, o jeitinho, a bajulação, os acordos secretos, o jogo duplo, o senso camaleônico de assumir formas mais convenientes a cada momento, enfim, a imagem de gente boa injustiçada. O filme é bem menor que o Lula. Este, um exemplo de vida vencedora, de sonhador que se realiza. Sem dúvida, Luis Inácio tem a importância e a grandeza de uma pessoa que merece ser registrada em livros ou filmes. É um ícone incontestável em termos de vida pessoal e política. Um filme assim, panfletário, fica aquém se sua dimensão, apesar da qualidade da direção e de seus atores e atrizes.
Lula tem um grande mérito. È um dos poucos políticos de destaque, na recente história brasileira, que querem ser vistos como são efetivamente. Que querem ser brasileiros. Guerreiro Ramos chegou a dizer com muita propriedade que nós tínhamos vergonha de ser como somos. O Brasileiro durante muitos anos quis parecer europeu e depois da segunda guerra, norte-americano. Recentemente, Collor era um “dandy”, um lutador de artes marciais, esquiador em Aspen e Vail, no Colorado. Jet sky, lancha, moto e “cooper” nas ruas de Brasília, férias em Miami. Muitos brasileiros o viam como um “playboy” sofisticado. FHC foi Europeu. Sorbonne, London School of Economics, intelectuais sofisticados eram convidados para jantar. Poliglota e gastronomicamente refinado. Muitos brasileiros o vêem como uma referencia intelectual em um país de iletrados.
Lula é Lula. Fala em português mesmo onde quer que esteja, deixa claro que adora buchada de bode, usa o vocabulário coloquial, às vezes de camelô mesmo. Carrega isopor na cabeça em praia oficial assim como o “brasileirinho” faz no piscinão de Ramos. Dá puxão de orelhas em Obama e outras autoridades globais, como sua mãe fazia com ele, algumas vezes. Reclama do presidente da Vale como se falasse com um colega de pelada de futebol que errou o passe. Ou goleiro que “frangou”. Apresenta idéias e soluções como se elas fossem possíveis por serem óbvias. É como besouro que não sabe que não nasceu para voar, e voa. Lula adora ser assim. Ele mesmo. E brasileiro. Indubitavelmente, é um grande líder, mas não necessariamente, um grande presidente. O filme não mostrou nem um nem outro. Apenas uma vítima. Como o povo gosta.
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