Monday, March 16, 2009

Competências Essenciais


A visita oficial do governador Paulo Hartung a Vila Velha tem um significado muito importante. Ele já a visita todos os dias, pois mora aqui e recebe muitos de seus ilustres visitantes na residência da Praia da Costa. Mas agora, formaliza uma presença que pode representar uma aliança estratégica fundamental para o desenvolvimento de ações gerenciais e operacionais que integrem o município ao projeto 2025, idealizado e coordenado pelo governo do estado.
C.K. Prahalad nos ensina que a integração de “core competences” (competências essenciais) pode ser o fator determinante para o alcance de determinados objetivos. Em um propósito, portanto, é recomendável buscar a adesão de participantes qualificados, sua melhor contribuição e cooperação. Segundo ele, um produto ou serviço tem liderança de mercado quando agrega em si as competências essenciais disponíveis. Reinventar a roda quando ela já existe é desnecessário. Acoplar a roda ao veículo é fundamental. É possível entender que essa é a intenção de Paulo e Neucimar.
Claro que tanto aquele que representa o estado quanto aquele que representa o município tem intenções políticas. Ambos gostam de navegar por esses mares e muitos poderão ver essa visita apenas ou principalmente pelo aspecto de composições políticas, já que Vila Velha tem a maior população do estado e escreveu páginas de uma marcante história oposicionista. Desde que sejam éticos e beneficiem os cidadãos, os estratagemas políticos são bem vindos.
A democracia depende de articulações competentes e idôneas. Isso lhe é intrínseco e ela nos delega o maior de todos os poderes: o voto. Tanto o meu quanto o seu, quanto o de todos. Por meio dele aprovamos esses movimentos políticos ou não. O processo democrático só se aperfeiçoa quando nós, e não apenas os políticos, nos articulamos e decidimos quem melhor nos representa. Quando isso não ocorre a distorção na correlação de forças induz a erros históricos, e a sociedade, de forma geral, paga preços elevados. Tanto o cidadão quanto o eleitor têm que procurar se organizar em modelos de representatividade. Articulações de competências essenciais como associações de moradores, de empresários, de estudantes e tantas outras expressões coletivas são responsabilidades civis inadiáveis. Não me refiro a movimentos corporativos que querem apenas o bem próprio e vantagens exclusivas para seus membros. Mas, sim, a expressões consultivas e representativas de níveis de conhecimento e experiência.
Assim aconteceu com a ocupação do parque da prainha, em Vila Velha. Uma intervenção urbanística necessária que não evoluiu desde a apresentação de um projeto arquitetônico que recebeu sugestões de melhoria por meio de legítimas articulações locais, mas não mais se evidenciou. Quem sabe, após a aproximação formal entre estado e município, a cidade receba, em 23 de maio, seu aniversário, uma nova proposta de tratamento visual de seu sítio histórico, berço de nosso estado, sem reinventar a roda. Mas, ouvindo e agregando competências essenciais.

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