Thursday, August 05, 2010

voluntariado

Thalita, Rairo, Reine, Leandro e Marco são adolescentes comuns, simples mesmo. Não foram premiados pelo destino como se fossem filhos de famílias ricas. Mas, são pessoas cidadãs, estudiosas, que gostam de trabalhar e que recebem muito carinho e afeto de seus pais e parentes. Essa é a maior riqueza que eles possuem e carregam isso para todos os lugares que vão, com um sorriso ingênuo, surpreso e contagiante. Ao contrário de tantos outros adolescentes, ricos ou pobres, não escolheram o caminho do vício em drogas, do crime e da desesperança. Um caminho aparentemente mais fácil, mas que em pouco tempo os levaria ao sofrimento das ilusões perdidas. Determinados, optaram por recolher da vida, assim como lhes foi apresentada, o caminho luminoso do crescimento ético e profissional. Por intermédio de um programa de capacitação conseguiram estágio temporário remunerado em uma grande siderúrgica global, com unidade produtora aqui em Serra, Espírito Santo. Durante esse tempo, aprenderam valores e princípios corporativos, conviveram com especialistas de diferentes áreas e puderam ver de perto a importância da disciplina e do método de trabalho.
Agora, vão aos Estados Unidos, a cidade de Sissonville, para conhecerem uma experiência de vida estrangeira, costumes, hábitos, valores e princípios. Não vão em busca de um “sonho norte-americano”. Vão, no sentido de construir e consolidar um sonho “sul-americano”. Não que ambos sejam excludentes, na verdade são intensamente interdependentes, mas viajarão com intenção de intercambiar percepções e traços culturais. Não será uma permanência longa, apenas quinze dias. Por isso, sabem que cada minuto, cada dia deverá ser aceito como uma aula sobre a vida, sobre a humanidade e sobre os desafios que enfrentaremos em busca da harmonização de nossos objetivos em direção à sustentabilidade desejada. Lá serão recebidos e hospedados por famílias norte-americanas que têm o mesmo propósito. Pessoas, e algumas já nos visitaram ano passado, que se dedicam - de forma voluntária, sem remuneração pelos serviços ofertados - à construção de uma sociedade harmoniosa.
Essa viagem, fruto da decisão humanista de uma empresa que produz aço (Arcelor-Mittal) e do trabalho voluntário de uma organização não governamental (Partners of the Americas) não se propõe a ser apenas um prêmio, um reconhecimento do exemplo de vida que esses adolescentes representam, mas, também, valorizar o trabalho voluntário, apolítico e voltado ao estímulo pela escolha de uma vida digna, produtiva e includente. Pessoas que se conectam para servir e quem sabe promover as mudanças tão necessárias em uma sociedade materialista e excludente.
E, tenho muito orgulho em ser o voluntário que acompanhará esses adolescentes em seu caminhar por novas terras e em seu convívio com novas pessoas. Não sou uma agência de viagens, uma empresa de intercâmbios ou um político em busca de votos. Talvez, metaforicamente, uma ponte para que esses adolescentes alcancem um futuro melhor.

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