Thursday, November 26, 2009

Thanksgiving



Para os norte-americanos há um dia muito especial. O que eles chamam de Thanksgiving (Ação de Graças). Inicia-se como um agradecimento a Deus, pelos colonos no Estado de Massachusetts, após uma ótima safra em 1621. O reconhecimento pela bondade divina se fazia em forma de alimentos como o peru e até peixes. Índios foram convidados para a celebração e até hoje esse dia é de um simbolismo de trabalho, dedicação, fé e bons resultados.

Com sua sabedoria estadista e visão de nação, o presidente Abraham Lincoln o tornou uma celebração nacional, um dia voltado às manifestações de gratidão e crença na vontade divina. Eu já tive a oportunidade de passar um thanksgiving junto a uma família norte-americana e sei do significado que ela traz em si, fazendo com que familiares distantes se reúnam e celebrem festivamente. O presidente Roosevelt, não o Theodore, mas o Franklin, já em 1939, período em que a economia americana estava seriamente abalada, vislumbra a possibilidade de reaquecer a economia nessa data, que na verdade se estende por uma semana praticamente, e faz surgir uma conotação comercial ao espírito divino de gratidão. Surgem propagandas e campanhas publicitárias incentivando a comercialização de produtos.

Depois de várias tentativas de se estabelecer uma data, chegou-se a conclusão de escolher a quinta-feira da quarta semana de novembro. Um período comercialmente estratégico de modo que, antes do natal, as lojas e o comércio de forma geral possam vender seus produtos estocados, fazer dinheiro e se preparar para as ofertas de natal, com novas opções de produtos. Assim, há uma grande expectativa para a sexta-feira posterior à comemoração de graças. O que eles chamam de “black friday”. Preços imbatíveis, impressionantes. As lojas abrem às 5 da manhã e eles fazem longas filas para comprar o que precisam. Não são muitas unidades de produtos, então é preciso ser rápido e chegar bem cedo. Mas, vale a pena e o comércio enche os bolsos.

Não estamos em 1939, estamos exatamente 70 anos à frente. Mas esse feriado prolongado, essa ação de graças, não só reconhece a boa vontade divina, mas pode salvar almas penadas de um mundo financeiro selvagem e irresponsável, que extrapola as fronteiras americanas, passa por vários países coadjuvantes e vai muito além do paraíso. Não há o que se celebrar em termos do que colheu, mas certamente no que aprendemos a não semear mais.

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