Um dia qualquer em uma pequena localidade americana. Olhando assim daquele ângulo, o lugar era de um esplendor inesquecível. A luminosidade outonal lambia as folhas deixando levemente marrom o dourado do fim de tarde. Os raios de sol pareciam se debruçar preguiçosamente sobre a copa das árvores apreciando a beleza do rio que corria abaixo. A natureza sorria de forma multicolorida. Mas o que me chamou a atenção foi uma construção de pedra e madeira do outro lado da estrada, como se fosse um portal de entrada para uma clareira natural, com pequenos quiosques para visitantes, com mesas largas e bancos compridos. Ideais para pequenos lanches enquanto se admira aquela paisagem. O Arnold, meu amigo, disse “isso é resultado dos projetos de Roosevelt”. Pensei comigo mesmo: um bom exemplo de como as crises podem gerar oportunidades.
Franklin D. Roosevelt foi presidente dos EUA por três mandatos completos e deixou incompleto o quarto mandato, pois faleceu logo após as eleições. O seu legado é altamente pertinente aos tempos atuais. Tempos de crise global. As condições lhe eram muito adversas, mas ele soube enfrenta-las com realismo e inteligência. Sucedendo Hoover, um conservador extremado, imediatamente à posse decretou feriado bancário por quatro dias, evitando saques bancários que fragilizassem mortalmente o sistema bancário. Em uma estratégia de marketing, cria um programa de rádio que uma tradução mais liberal poderia chamar de “conversa ao pé da lareira”. Nele, todas as manhãs, explica três argumentos: Alívio, Recuperação e Reforma. Dias depois, com o mercado em calma, os bancos reabriram e ele anuncia decisões, conhecidas como o New Deal, e cria algumas estatais.
Uma, a Administração Nacional de Recuperação. Usando U$ 4 bilhões de dólares do tesouro constrói 2.500 hospitais, 5.900 escolas, 13.000 locais de lazer, 1.000 aeroportos, inúmeras barragens, como a do Tennessee, muitas pontes e outras obras públicas. Outra, a Administração para o Ajuste Agrícola, com o objetivo principal de não deixar cair os preços agrícolas. Assim, fazendeiros endividados - que pensavam apenas em produzir mais para vender e pagar os credores, mas que se revoltavam por não conseguirem êxito uma vez que quanto mais produzissem mais o preço de venda caia e consequentemente o lucro - recebem estímulos financeiros do governo e reduzem a produção. Os agricultores que cooperaram receberam cerca de 2 bilhões de dólares. E os preços se organizaram.
Também, instituiu a Lei de Reconstrução Industrial, em que suspendia as normas antitrustes, que só voltariam anos depois. Ou seja, as empresas poderiam se articular para dividir o mercado. Conviveriam no mercado, com cotas de vendas que manteriam salários e preços. Instituiu a garantia do salário mínimo, jornadas menores de trabalho para gerar mais emprego e estimulou a liberdade sindical. No campo das Artes, viabilizou, com injeção de recursos do tesouro, 2.700 peças de teatro, empregando atores, ajudantes de palco, estimulando o setor de confecções, de pesquisa e produção. Em pouco tempo, a renda das bilheterias aumentou e as pessoas encontravam uma fuga para os dias duros da recessão. Incansável, apesar de a poliomielite lhe ter levado à cadeira de rodas, cria a Corporação de Conservação Civil, empregando 2,7 milhões de pessoas que passam a cuidar da erosão do solo, da questão ambiental e da criação de pontos turísticos naturais. E lá estava eu, muitas décadas depois, em um desses locais. Quando vi uma marca de cerveja na camisa de alguém que passava, disse, “Arn, não foi ele quem também acabou com a proibição da produção e o consumo de bebidas?”. “Com certeza, e reduzindo os poderes da máfia”, respondeu. Com sua determinação, Roosevelt estabilizou preços, reduziu o desemprego e a queda de salários, após uma crise gravíssima, como a atual. Apesar de branco e olhos de tons azuis pode ser um bom exemplo para o nosso presidente.
Franklin D. Roosevelt foi presidente dos EUA por três mandatos completos e deixou incompleto o quarto mandato, pois faleceu logo após as eleições. O seu legado é altamente pertinente aos tempos atuais. Tempos de crise global. As condições lhe eram muito adversas, mas ele soube enfrenta-las com realismo e inteligência. Sucedendo Hoover, um conservador extremado, imediatamente à posse decretou feriado bancário por quatro dias, evitando saques bancários que fragilizassem mortalmente o sistema bancário. Em uma estratégia de marketing, cria um programa de rádio que uma tradução mais liberal poderia chamar de “conversa ao pé da lareira”. Nele, todas as manhãs, explica três argumentos: Alívio, Recuperação e Reforma. Dias depois, com o mercado em calma, os bancos reabriram e ele anuncia decisões, conhecidas como o New Deal, e cria algumas estatais.
Uma, a Administração Nacional de Recuperação. Usando U$ 4 bilhões de dólares do tesouro constrói 2.500 hospitais, 5.900 escolas, 13.000 locais de lazer, 1.000 aeroportos, inúmeras barragens, como a do Tennessee, muitas pontes e outras obras públicas. Outra, a Administração para o Ajuste Agrícola, com o objetivo principal de não deixar cair os preços agrícolas. Assim, fazendeiros endividados - que pensavam apenas em produzir mais para vender e pagar os credores, mas que se revoltavam por não conseguirem êxito uma vez que quanto mais produzissem mais o preço de venda caia e consequentemente o lucro - recebem estímulos financeiros do governo e reduzem a produção. Os agricultores que cooperaram receberam cerca de 2 bilhões de dólares. E os preços se organizaram.
Também, instituiu a Lei de Reconstrução Industrial, em que suspendia as normas antitrustes, que só voltariam anos depois. Ou seja, as empresas poderiam se articular para dividir o mercado. Conviveriam no mercado, com cotas de vendas que manteriam salários e preços. Instituiu a garantia do salário mínimo, jornadas menores de trabalho para gerar mais emprego e estimulou a liberdade sindical. No campo das Artes, viabilizou, com injeção de recursos do tesouro, 2.700 peças de teatro, empregando atores, ajudantes de palco, estimulando o setor de confecções, de pesquisa e produção. Em pouco tempo, a renda das bilheterias aumentou e as pessoas encontravam uma fuga para os dias duros da recessão. Incansável, apesar de a poliomielite lhe ter levado à cadeira de rodas, cria a Corporação de Conservação Civil, empregando 2,7 milhões de pessoas que passam a cuidar da erosão do solo, da questão ambiental e da criação de pontos turísticos naturais. E lá estava eu, muitas décadas depois, em um desses locais. Quando vi uma marca de cerveja na camisa de alguém que passava, disse, “Arn, não foi ele quem também acabou com a proibição da produção e o consumo de bebidas?”. “Com certeza, e reduzindo os poderes da máfia”, respondeu. Com sua determinação, Roosevelt estabilizou preços, reduziu o desemprego e a queda de salários, após uma crise gravíssima, como a atual. Apesar de branco e olhos de tons azuis pode ser um bom exemplo para o nosso presidente.
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