
Helmut, meu amigo.
Helmut. Um nome simples, como seu
dono foi ao longo de sua vida. Vida que agora leva sua inesquecível maneira de
ser aos umbrais da eternidade. Helmut
virou saudade. Memória afetiva de se sentir de forma inexorável. Por todo o
sempre. Tive o prazer de com ele conviver, de forma muito próxima, por muitos e
saudosos anos. Foi na quadra de tênis que o encontrei pela primeira vez, na
casa de John Helal, na Praia da Costa, ali bem perto do farol de Santa Luzia. O
“alemão” como seus amigos bem próximos o chamavam, era um fã incondicional de
atividades esportivas, mas foi o jogo de tênis sua maior paixão esportiva, ouso
dizer. Quando o conheci e passei a jogar tênis com ele havia um grupo muito
unido. Todas as quartas de noite, sábados de tarde e domingos de manhã nos
reuníamos para jogar tênis. Laércio Lucas, Jones e seu irmão Joel Santos Neves,
Romulo Finamore (Mimo), John Helal, Morris Brown (o Inglês, como ele o chamava),
Shi, Huguinho Fróes e eu, éramos os mais assíduos, naquela época. Algumas vezes
Jônice Tristão também por lá aparecia. Helmut muitas vezes chegava pedalando
sua bem cuidada bicicleta. Ao longo da quadra de saibro, ficavam estacionados
os carros de todos. E a bicicleta do alemão!
Claro que em períodos precedentes ele
já jogava tênis com esses antigos amigos em outros locais, como no Praia Tênis
Clube. Mas a minha memória afetiva se dirige sempre a esses momentos. A partir
dessa época formamos uma dupla de tênis quase que constante e bem competitiva.
Quando havia, entre nós, torneios ou pequenos campeonatos lá estávamos, lado a
lado, do mesmo lado da rede, ele e eu. Perdemos muitas, mas também ganhamos
muitas partidas. E assim conheci sua família, sua esposa Helena, suas filhas
Karin e Jeanette, e seus filhos Victor e Alex. Todos sempre com o inestimável
apoio de Adalgisa. E da inesquecível e carinhosa avó materna.
Tento aqui,
nessa hora e no momento silencioso de sua perda, no momento em que ele
reencontra Helena e com ela compartilha a eternidade, definir Helmut.
Impossível, logo percebo. Há pessoas que são como uma palavra divina que não
mais se repete, pois, meros são seus nomes. Inconfundíveis, sim, são sua alma e
a essência luminosa que inebria todos que com elas convivem. E, por isso, são
indefiníveis. Insubstituíveis. Mas posso dizer que Helmut fazia da vida uma
arte simples, humilde. Que adorava compartilhar com os amigos sua alegria e
suas conquistas. Foi assim também quando ele se mudou para a Ilha do Frade, e o
grupo de tênis ampliou-se com Dr. Carlos Mariano e seus filhos, Paulinho, Ronaldo, Luiz
Paulo Velozo e seu irmão Sérgio, Cuca Galvêas, Alfredo, Luizinho, Luís Ary, Andreas
Schilte, Roberto Argentino, Ricardo Sanz e tantos outros que não cito aqui, mas
que frequentavam sua casa.
Adeus, meu
melhor amigo de toda a minha vida. Você agora foi para o tie-break. E lembre-se
sempre: o jogo só acaba quando termina. Play!